domingo, 24 de maio de 2009

Como mover Montanhas...

Saudações uma vez mais, prezados leitores deste incipiente blog!

Hoje venho para falar-lhes de mais um dos meus passatempos prediletos, um jogo de cartas e estratégia bastante interessante, chamado Magic: the Gathering. Agora mesmo estava a ler a cobertura do GP Barcelona de Magic e animei-me a vir aqui falar um pouco sobre o jogo para vós.

Primeiro, uma pequena introdução para aqueles que ainda não conhecem o jogo. Ele é um jogo de cartas colecionáveis. Cada carta possui uma bonita ilustração, juntamente com uma caixa que detalha o funcionamento dela dentro do jogo. A idéia dele é que cada jogador representa um poderoso mago, chamado Planinauta, que pode viajar entre dimensões e conjurar poderosos feitiços e convocar criaturas aliadas para ajudá-lo a derrotar seu adversário. Quanto ao funcionamento do jogo propriamente dito, ele corre mais ou menos assim: primeiramente, cada jogador começa com um maço de aproximadamente sessenta cartas. Após embaralhá-los bem, decide-se de forma aleatória quem começa a partida e então os jogadores compram sete cartas. Quando for a sua vez, você pode fazer as seguintes ações: 
a) baixar um terreno de sua mão para a mesa. Terrenos são um tipo de carta que representa as fontes de energia mística que os planinautas usam para conjurar suas mágicas, chamada mana. Cada terreno fornece uma quantidade específica de mana, em geral, apenas um mana por turno. Para fazer com que eles gerem mana, você deve virá-los. Apenas terrenos que estejam desvirados podem ser usados para gerar mana, e no início de cada turno seu você pode desvirar todos eles. É dessa peculiaridade, juntamente com o fato de que existe um tipo de terreno chamado Montanha que vem o título do post.
b) Fazer mágicas. Para jogar os outros tipos de cartas da sua mão, você segue uma regra diferente. Enquanto terrenos podem ser jogados "de graça", mas apenas à razão de um por turno, as outras cartas podem ser jogadas em maiores quantidades por turno - mas, para fazê-lo, você precisa ter uma quantidade específica de terrenos em jogo. Mais precisamente, cada mágica tem um custo de mana impresso no topo da carta e para jogá-la você precisa ter terrenos que gerem mana suficiente para pagar por estas mágicas.
c) Atacar com as criaturas! Criaturas são um tipo peculiar de carta que você pode jogar, pois elas são a forma mais direta que você pode usar para combater o seu oponente. Ao atacar, seu oponente pode escolher bloquear algumas das suas criaturas com as dele. As criaturas que forem bloqueadas batalham umas com as outras. As que não forem bloqueadas causam dano ao seu oponente, tirando uma determinada quantidade de seus pontos de vida. Cada jogador começa com 20 pontos de vida e ao perder todos eles, perde a partida.

Esta é apenas uma idéia beeem geral de como o jogo funciona. Para maiores detalhes, sugiro que vá aos sites que tratam mesmo do jogo, em especial o www.magicthegathering.com . Além disso, o jogo possui um simulador online, que permite jogar sem ter de comprar as cartas (hahahah, elas estão um bocado caras hoje em dia) e podendo se conectar com pessoas de toda a parte. É verdade que a versão de papel tem um certo elemento adicional de emoção, por ser cara-a-cara, que a versão virtual carece, mas, ainda assim, acho que os benefícios que ela oferece são substanciais.

Saindo agora do nível mais elementar, para aqueles que entendem do jogo, eu recomendo que vejam a cobertura do GP Barcelona. Diversas novas idéias são apresentadas lá (ou, ao menos para mim, eram novas). Para mim, que sempre fui fã de deck-design, gostei bastante de ver novos combos no formato, como o Swans-Cascade que o Paulo Vitor está usando para demolir o pessoal (Go, PV, Go! Traga uma vitória para o Brasil!), ou a versão do combo de elfos que o Öberg está usando - aliás, depois do Tezzerator, esta é a segunda vez que ele aparece com um deck inovador e interessante em um evento de alto nível. Torço para que em breve ele apareça com algum deck Vermelho!

Ambos os decks são baralhos de combo que conseguem vencer por volta do quarto turno, com uma boa consistência. Por serem baralhos de combo, já tem alguns pontos extras comigo, que gosto de ver a sinergia entre as cartas do deck. O Swans-Cascade aliás é um deck bastante exótico - a última vez que vi um deck com tantos terrenos assim havia sido o famigerado 43 lands de Legacy. Com esta alta quantidade de terrenos, ele consegue usar tanto o Ad Nauseum sem muitos custos, como também faz com que as suas mágicas de Cascade consigam sempre pegar algo de relevante para o deck, seja um Swans, um Seismic Assault ou outra mágica de cascade. Por fim, um Primal Command garante que ele não fique sem terrenos, entre as múltiplas compras que o deck é capaz de fazer.
Aliás, Primal Command é também uma estrela do outro deck, o de elfos. A idéia básica dele é usar a engine que já apareceu no extended, de Heritage Druid e Nettle Sentinel para gerar muita mana e comprar diversas cartas. A inovação está no uso de Ranger of Eos, para buscar essas cartas chave so deck e no uso de Primal Command, par múltiplos fins: buscar os Rangers, reembaralhar o cemitério de novo no deck, garantindo que o deck possa usar múltiplas vezes as mesmas mágicas e, por fim, quando o deck estiver combando, devolver todos os terrenos do oponente para seu grimório, fazendo-o ficar sem reação para quando no turno seguinte o deck atacar para a vitória.
No mais, parece que o Standard vem sendo um dos ambientes mais interessantes nos últimos tempos, na minha opinião, ainda mais que o Legacy, um dos meus prediletos por muito tempo. Resta torcer para que continue assim.

E é isso, camaradas e donzelas. Como Magic é um dos meus passatempos prediletos, de tempos em tempos eu devo postar alguma cousa aqui sobre o jogo, em geral algum artigo interessante sobre estratégia, aos moldes do que eu costumava escrever em algumas comunidades do orkut.

Até lá, continuem movendo Montanhas!

Marquês de Salles

3 comentários:

  1. Agradecimentos ao Akio, por me lembrar que na verdade, decide-se quem começa a partida antes de se comprar as cartas.

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  2. "mover" montanhas tah facil ate na vida real, nao mws, dificil tah eh "mover" as terras ermas, savanas, planaltos, taiga, tundras e outros climas/terrenos "exoticos"...
    mas magic eh um otimo passa-tempo muito bom aquele mesao de amigos todos contra todos, e as intrigas que cada um usa o jogo deixa-va de ser apenas cartas para ser um jogo de pessoas pq todo mundo ameaçava ou negociava algo... e ai por ai ia

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  3. Update - heh, o PV de novo deu azar e caiu no meio do Top8...

    Em todo caso, foi um deck de Cascade-Swans que levou o GP!

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