sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lasciate ogni speranza, voi ch'entrate.

Não exatamente uma saudação típica, não é mesmo?

Pois bem, como tema do post inicial deste blog, permitam-me, caros leitores, uma apresentação, tanto do autor, quanto dos propósitos desta obra. 

(Oras, a quem pretendes enganar? Os únicos que lerão estas linhas serão apenas os teus conhecidos - se mesmo eles chegarem a tanto. Assim, todos eles te conhecem bem o bastante para não apenas dispensarem a tua apresentação, como também para saber que não fazes idéia do que irá escrever aqui, portanto, que a tua apresentação da obra não passará de uma farsa...)
Devaneios e disputas contra as minhas múltiplas personalidades à parte, atenhamo-nos à nossa proposta para a postagem. Pois bem, como é natural que seja, o criador e a criação espelham-se, pois um é o produto da personalidade do outro. Assim, falar de mim é falar do que provavelmente vocês lerão aqui e ler as postagens que aqui aparecerem será uma forma de conhecer melhor o que se passa dentro da minha psiquê, como eu filtro o mundo e o exponho aqui.

O próprio título deste blog - o único e minúsculo fragmento que existe nele, no momento em que escrevo este post - já revela alguns aspectos da minha personalidade. Moral Hazard é um conceito econômico, que descreve um tipo específico de comportamento dos agentes, quando eles tomam ações mais descuidadas após terem algum tipo de seguro contra as consequências das mesmas. Clarificarei a idéia com alguns exemplos: o primeiro e mais atual deles pode se relacionar com a atual crise financeira. Como os meus mui instruídos leitores talvez se recordem, os Estados Unidos aprovaram um amplo pacote de medidas para tentarem salvar alguns bancos da falência, dispendendo bilhões de dólares neste intento. Oras, pode-se perguntar, isto não seria um incentivo aos donos de bancos a serem ainda mais imprudentes ao fazerem investimentos arriscados? Afinal, se tudo dá certo, eles lucram mais com estes investimentos e caso dê errado, o governo apareceria para cobrir os prejuízos. Ao limitar a responsabilidade que os bancos precisam ter pelas conseqüências de suas próprias acções, o governo efetivamente gera incentivos para que eles sejam mais imprudentes (não que estes incentivos realmente sejam suficientes para realmente afetar o comportamento dos bancos - isto é uma outra discussão - mas que eles existem, isto é certo). Um segundo e mais clássico exemplo de Moral Hazard é o caso de seguros de automóveis, em que os motoristas segurados tornam-se também menos cuidadosos com seus veículos, por terem a cobertura do seguro. Assim, efetivamente eles correm mais riscos e estes riscos são oriundos de seu próprio comportamento e moral - daí o termo.

Bom, após esta pequena aula de microeconomia, imagino que até o mais obtuso dos leitores (não que qualquer um dos meus augustos espectadores seja obtuso - longe disto, tenho certeza que estou entre pessoas privilegiadas) poderia perceber que tenho certo apreço por economia. Com efeito, eu sou um estudante de mestrado em Economia e tenho certa predileção por microeconomia e comportamento humano. Assim, crede quando eu vos digo que mais postagens relacionando economia e comportamento aparecerão nestas minhas minutas que aqui publicarei.

E por hoje basta, que já creio ter estendido-me o bastante na boa vontade e paciência de meus leitores.

Que o Destino nos vigie,

Marquês de Salles.

3 comentários:

  1. Sou um completo neófito no que diz respeito à blogs e ignoro sumariamente a causa de, quando se passa o mouse por cima do texto, após determinado ponto, ele ficar sublinhado, à semelhança de um link. Aos meus digníssimos leitores, as minhas sinceras desculpas por este estorvo na leitura e às mentes instruídas que puderem me esclarecer como evitar este irritante efeito, o meu pedido para que o façam.

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  2. Quando vi que se tratava de uma primeira postagem, pensei 'ora mas que honra vou ser a primeira a comentar' ... Mas desanimei ao ver que já havia um comentário... hahahaha
    Acontece que este era seu!!!! e portanto continuo extremamente honrada de ter este espaço e deferência dedicados a mim ^^'
    porque da mesma maneira que você se vê entre privilegiados, eu assim também me vejo, por estar aqui... Obrigada por isso quêsinho :)
    De fato nao simpatizo com a economia, mas nsei que é por pré-conceito, uma vez que nao simpatizo com nada que me traga numeros à reboque hahahaha Perdoe-me a ignorância... [sendo sincera só vim entender mesmo o termo em questão no exemplo do seguro de carros...]
    Mas de qualquer forma, considerando que é escirto por você e de uma maneira tão agradável, estou disposta a quebrar os meus pré-conceitos em relação à pseudo-exatidão da economia e me esforçar pra entender melhor estes complexos conceitos a cada postagem... É bem verdade que ainda estou processando as informações pra conseguir chegar à motivação real do blog, mas em todo caso é sempre um bom ambiente literário, onde de alguma forma eu possa crescer ^^ Obrigada mais uma vez pela oportunidade quês. =)

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  3. "É bem verdade que ainda estou processando as informações pra conseguir chegar à motivação real do blog (...)"

    Se acaso vos referis ao porquê do blog ter tal nome, bom, esta é uma questão altamente filosófica e metafísica. Remonta ao pensamento de Kant, que dizia que...

    (Ouquei, a quem eu estou querendo enganar, na verdade, eu escolhi este nome para o blog pois sempre achei-o bastante bacana. Como nunca terei uma banda de rock - infelizmente, os únicos instrumentos que sei tocar são campainha e sino e estes não estão em voga no rock atual - eu resolvi batizar o meu blog com o nome, hahahah!)

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