sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O AMadOR.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
E se for menina?
A postagem de hoje é muito breve, um texto simples e até bobo, talvez...
sobre o meu futuro, o meu destino, a minha vocação, o meu chamado, ... enfim,
Sobre a Maternidade =]
Este não traz muitas metáforas, é bem direto por sinal...
Aproveitem minha desnudez, para conhecerem um pouco mais de mim [conforme disse que faria em minha primeira postagem -apresentação- aqui]
Fundo Musical Sugerido
***
E se for menina?
Sempre quis e continuo querendo ter um menino, falo muito disso e falo tanto, que às vezes acho que as pessoas chegam a ter medo de que eu engravide de uma menina...Ficam pensando se eu amaria menos a coitadinha... não sei, não sei o que pensam.
Elas hesitam, e me perguntam receosas:
Mas... E se você tiver uma menina?
Pois bem,... se eu tiver uma menina?
Oras, se eu tiver uma menina vou gestar satisfeita.
Nos primeiros meses vou andar empinando a barriga, pra que todos vejam que sou mãe de uma barriga redondona, de menina.
Vou fazer uso dos bancos e filas preferenciais, torcendo para que me abordem" Com licença, aqui é para idosos..." e eu direi com pausas largas "Sou ges-tan-te!"
Gestante, vou comprar vestidos largos logo abaixo do busto, batas e macacões de grávida,... mas os bonitos.
Vou cantar antes de dormir, acariciando a barriga , pra treinar o ninar, e acostumar a menina também...
Vou sentir o corpo alargar [mas não muito], e vou ficar feliz com isso.
Se eu tiver uma menina, vou ter desejo às 22:22 de comer algodão doce cor de rosa, e vou pedir ao meu marido que vá comprar . E ele irá.
Se eu tiver uma menina, eu vou fazer um quarto lilás e branco, e eu mesma irei pintar.
Vou comprar roupinhas miúdas de matelassê e casinha de abelha.
Vou comprar lacinhos de cetim, e sapatinhos de verniz...
Se eu tiver uma menina, eu vou medir com fita métrica minha barriga todo mês... e anotar num caderninho especial.
Se eu tiver uma menina eu vou tomar banho cantando a "musica do bainho" e vou enxugar a minha barriga com atenção pra ela não resfriar.
À tarde, vou fazer desenhos de carinha pra enfeitar a barrigona, e vou cobrir, de noite, com um lençol de patinhos e borboletas,
Vou sentir os seios incharem de leite, e ficarem doloridos...
Vou ter vontade de fazer xixi a toda hora...
Vou sentir uma dor e uma pressão de expulsão,
vou dar à luz, a lua e o sol! vou dar tudo que eu puder e que eu tiver que dar...
Porque se eu tiver uma menina, eu serei Mãe.
Mas que as meninas me perdoem, porque se eu tiver um menino, ...
Ahh, se eu tiver um menino eu serei uma Mãe Realizada.
Comentem suas opiniões, espero que tenham sido boas hehehe xD
>>> Bailarina Verbal
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Desilusão.
Ao som brasileiro, desfrutem deste desfecho do conto que comecei na postagem anterior :
DESILUSÃO~ epílogo
O vento o lapidara...
Numa noite de muito vento, Laetitia levantou da cama, com frio. Calçou os pés numa pantufa vermelha, vestiu um casaco de linho e caminhou pela casa. Abriu a porta sorrateiramente para que a avó nao acordasse, atravessou o quintal, e foi até o rochedo... Ali ficou sentada.
O vento soprava forte, Laetitia mal podia manter o casaco junto ao corpo. Os pêlos ouriçavam, os cabelos embaraçavam...
Ela não sabia porquê mas ela achava que o rochedo a aquecia.
Mas Laetitia nunca fora levada a sério mesmo, por isso nunca nem comentara com nenhum dos aldeões sobre o assunto...
Eles apontariam para ela, e com sarcasmo diriam :
_Onde já se viu, pedra ser quente?
E gargalhariam debochadamente.
Por isso, Laetitia mantivera-se calada.
Calada e solitária, era como ela estava naquele momento. Pressionava o corpo contra a base estreita do rochedo, e não sentia mais frio.
***
O rochedo, que outrora ficara tão contente com o afago de Laetitia, não podia perceber que a mesma estava naquele momento com seu corpo ali, com sua alma ali, com sua expectativa ali, nele. Na verdade ele não percebera deste modo, porque as concavidades de cima estavam sendo esfareladas pelo vento, e tudo o que ele percebia era que tinha uma garota inconveniente tentando distraí-lo enquanto ele tentava espantar o vento à sua maneira.Ele estava com medo, estava em pânico, estava irritado.
***
Laetitia não queria irritá-lo, mas parece que o sangue daquele rochedo ferveu, e o calor dele que laetitia outrora sentira passou a queimá-la...
E este foi o jeito que ele conseguiu de espantar o vento impetuoso que lhe provocara e tanto humilhara.
As concavidades superiores se distanciaram caracterizando uma ruptura central, e então o rochedo bufava negramente espantando o vento que correu amedrontado.
De repente jatos de solidão ardente foram lançados do rochedo, ele sangrava, e Laetitia já não podia ajudar nem mesmo com um afago.
Ele sabia como afastar alguém, e afastou o vento, afastou Laetitia.
***
Laetitia tinha razão quanto ao calor daquela pedra, e agora desiludida dançava na lava, boiava num magma incandescente...
No dia seguinte, Laetitia era basalto.
O vento o lapidara, mas ele mesmo se fizera lápide.
***
Enjoyem :)
BAILARINA VERBAL
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Matacão
Mas fazendo um esforço, todo e qualquer assunto poderia ser abordado sob a justificativa de que tudo é, de alguma forma, pertinente ao comportamento humano, não porque sejamos os seres mais importantes, mas porque esta análise estaria sendo feita a partir de nós, e portanto, existe a nossa própria referência.
Dito isto, dou-me o direito de começar o conto:
Havia uma menina muito desengonçada, ela era grande e apesar de magra tinha uma barriga protuberante, não era bonita, mas melhorara de sua aparência da infância, e isso ninguém contestava. Uns diziam que era ingênua, outros afirmavam que Laetitia era burra, e ainda havia os que lhe atribuiam a teimosia como mãe, mas o fato é que sempre cometera os mesmos erros. Na verdade, o mesmo erro, mas ele era tão grande e tão importante que nos permite usar plural.
Laetitia morava numa aldeiazinha, bem miúda, e que ficava numa espécie de vale, na ponta de um dos morros havia uma pedra enorme, e tinha um formato curioso...
Um dia, antes de dormir, perguntara a sua avó, sobre aquela pedra... A avó, em sua expressão, mostrava uma certa satisfação com a pergunta... E então começou tradicionalmente, como se fosse um conto de fadas, a contar a história daquela pedra de formato curioso.
***
Era uma vez um rochedo, ele era bem grande e alto, e costumava proteger uma aldeiazinha dos ventos tempestuosos... Mas erodira-se com o tempo, e estava minguando. Certa vez chegou um vento abusado, desses de outubro, que lhe soprava a fronte e ameaçava-lhe com palavras debochadas:
_Ora, ora, ora, se não temos o Rochedo Protetor... você me parece fraco, ehm. Se continuar assim, vai acabar tornando-se um matacão! - E rodopiou rindo, se afastando em assobios sarcásticos.
O Rochedo não respondeu. Ele parecia evitar uma conversa, fosse para explicar os problemas fosse para torná-los maiores, tudo o que ele menos queria era falar com alguém, qualquer pessoa que se aproximasse era respondida secamente, ou apenas ignorava como acabara de fazer com o vento...
Mas ficara pensando no que aquela indesejável presença lhe dissera... O maior pavor de toda sua vida sempre fora tornar-se um matacão... Isso significava deixar de ser Protetor e passar a ser uma ameaça pra cidadezinha que ele tanto gostava... Não, um matacão não!
Seria como ir contra seus princípios, fazer tudo o que sempre recriminou,...
Brigara com um conhecido seu, que antes era um rochedo como ele, mas tornara-se um matacão, e rolara sobre a aldeia vizinha trazendo destruição para os que outrora se submeteram à sua proteção. Os que sobreviveram desta aldeia migraram para a aldeia que ele protegia agora, e se ele se tornasse um matacão também traria desespero, e decepção para aqueles que lhe deram votos de confiança.
Havia, claro, aqueles que se sentiam inseguros, a cada ventania, quando viam partes do Rochedo esfarelar... E não era pra menos, porque o próprio Rochedo se sentia assim também. Ele mesmo não sabia como resistir aos ventos que lhe atribulavam,... Tentava ignorar-lhes, calar, concordar, pra ver se eles passavam ligeiro e não criavam mais problemas... Mas por mais que fossem embora logo, sempre acabavam levando uma lasquinha dele.
_ E daí? - disse um corvo ao pousar no Rochedo, enquanto comia um resto de algum animal. - É a lei da vida, você vai erodir e vai rolar como todos os rochedos que ja foram protetores, traem suas aldeias.
Ele permaneceu parado, e escutava.
_Você é uma pedra, fica aí parado não faz nada! não voa como eu, não caça como eu, nem vive como eles lá embaixo...
Os dois olharam para a aldeia, e lá estavam os pescadores, as rendeiras, os lenhadores, as crianças, os cachorros...
Ahh, ele nutria uma afeição por aqueles cachorros todos. Sentia inveja da maneira como eram afagados pelos donos, mas quem afagaria um Rochedo? Sentia inveja da fidelidade que eles ofereciam em troca de tão pouco... Mas quem poderia ser fiel ? Ele mesmo duvidava da sua fidelidade, porque não estava sob seu controle ser instrumento de destruição para aquela cidade, ou pensava ele nao estar...
O corvo já terminara a refeição, e já estava levantando voo quando disse suas últimas palavras direcionadas àquele Rochedo.
_Eu estou voando agora para o leste. -e tornou a pousar, porque o assunto parecia sério e confidencial- Corvos não costumam se confidenciar, mas... camarada, eu vivo uma vida de fuga. Eu fujo do inverno.
_Ao menos você tem a opção de fugir do que te faz mal... -respondeu-lhe o Rochedo rancoroso.
_Eu saio por aí e conheço muitas terras.. Conheci Rochedos tão insatisfeitos quanto você, que não saiam do lugar... E bem, eu posso parecer livre, mas tudo o que eu queria era estar fixo em um lugar, acompanhar uma aldeiazinha que fosse... Eu nunca fiquei mais de três meses em um mesmo lugar... Mas eu queria saber como é ser tão estável assim, como você... Vocês são engraçados! Tem tudo para serem seguros e estáveis e ficam preocupados em quando se tornarão matacões...Francamente, por que não esperam pra ver?
E depois disso voou, sem olhar pra trás.
Naquela noite ele dormiu pensando no que o corvo lhe dissera...
E Laetitia também...
***
Laetitia gostava de sentar-se aos pés do Rochedo, quando folgava de suas tarefas, e agora observava o formato dele, duas concavidades na parte superior, com um vão no meio... como uma miniatura da cidade um vale entre dois morros... E na base, a pedra ia se afinando, até cair em ponta.
_Um coração!!! -Ela disse. E afagou o rochedo, satisfeita...
E naquele momento, o Rochedo se sentiu como um dos cachorros da aldeia, que eram afagados com tanto afeto... E percebeu que o corvo tinha razão. O vento o lapidara, e agora ele não era um matacão, mas, ainda que de pedra, ele era um Coração.
***
E isso é só, nobilíssimos leitores...
Peço desculpas, pela simplicidade do conto... mas espero que tenha ao menos servido para entrete-los!
Até mais! o/
Bailarina Verbal.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Da efemeridade das bolhas de sabão
Incentivada por um amigo, resolvi fazer nova postagem - o texto é uma crônica que escrevi por esses dias, e aqui de fato seria um bom lugar para publicá-lo- eu ganharia em leitores, e vocês ganhariam porque parece que o nosso queridíssimo Quesinho está aproveitando as férias no Caribe ;)
Então vamos nós!! \o/
Primeiro, vou colocar à disposição a trilha sonora que me inspirou -pela melodia- a escrever estas linhas, sugiro que leiam o texto enquanto escutam a música para causar o efeito que [ao menos em mim] é indescritível.
A banda é, apesar de uma descoberta recente para nós (os autores), responsável por desabrochar muitos fragmentos de nossas almas, antes adormecidos *-*
Bem, aí está a música seguida do texto:
Beirut - Scenic World
Da efemeridade das bolhas de sabão
Neste sábado de manhã ensolarada, acordei inspirando uma brisa primaveril, que balançava meus cachos despenteados pelo travesseiro. Pisquei algumas vezes as janelas da minha alma, para arregalá-las num bocejo loooongo, que competia em sonoridade com o canto de um espevitado, insistente ao anunciar que bem-me-via de onde estava, empoleirado no peitoril da janela do meu quarto.
Me espreguicei até sentir a pontinha dos meus pés tocarem o baú de brinquedos, como se estivesse dando bom dia às bonecas que ainda dormiam ali. Depois estendi as mãos buscando pela cabeceira de madeira clara logo acima dos cachos que ainda bailavam com a brisa. (Aliás... invejo a iniciativa da brisa, que não perde sua feminilidade ao abordar os cachos tão suavemente, e ao sacudi-los sedutora e inocentemente... )
Sentei na cama e abri a porta matizada do armário, vesti um vestido cor de céu, com margaridas sorridentes. Prendi os cachos assanhados, com uma fita de cetim azul marinho. Quem sabe um pouco de mar não fazia aquietar o fogo causado neles pela brisa? Céu e mar já estavam em mim, nos tons de azuis, e eu areia.
Caminhei descalça até o banheiro, e me vi areia, no espelho. Areei os dentes, e depois de um bochecho, minha boca estava acordada. E Avermelhada porque a menta sempre me arde os lábios.
Continuei caminhando descalça até a cozinha, e enquanto punha a água do café para ferver, numa leiteira de latão, percebi que as crianças já estavam brincando no quintal.
Estava sendo mesmo um - Bom dia, filhos ! eu disse, a eles com meu coração,e sei que responderam porque nessa hora me olharam lá de fora e sorriram com dentes de leite.
O café estava feito. Eles entraram sem que eu precisasse chamar, porque de novo, a brisa tomou uma iniciativa, e levou o cheiro fresco até as suas narinas infantis.
Aproveitei que o quintal estava vazio e fui cuidar das roupas que costumam vestir nossas camas de madeira clara. E nessa hora eu cantarolei, cantarolei-rolei-rolou.
Não percebi que não estava mais sozinha no quintal, as azaléias das jardineiras conversavam com as margaridas do meu vestido, e nossa! Eu podia ouvir o que elas proseavam... Diziam que ontem viram minha mãe lavando os lençóis e cantando aquela música, enquanto eu brincava de fazer bolhas de sabão.
Então eu olhei para o lado, e ali estavam, meus filhos assoprando canudinhos e fazendo soltar bolhas com a mistura que limpava as roupas de cama.
Deixei os lençóis quarando no varal. Peguei uma xícara de café na cozinha, e fiquei encostada no portal que dava para o quintal. Olhei. Naquele momento usei mais do que as minhas janelas da alma para ver, eu usei as portas, os portões, e a minha alma inteira!
Então eu não mais olhava, mas via, e de fato enxergava tudo claramente. Tão claro quanto aqueles dentes de leite, que outrora sorriam em resposta ao bom dia de mamãe, e que agora são dentes de café. Percebi então que amanhã, os dentes de leite que me sorriem tomarão café nesta mesma xícara de porcelana, e encostados neste mesmo portal...
Ah... e as brincadeiras! Enquanto um soprava um quinhão de bolhas, o outro estourava com a vibração de sua risada pelo menos metade delas! E como se divertiam... como eu me divertia também quando era eu quem soprava as bolhinhas!
E a brisa também estava ali, brincando com meus meninos, competindo com eles, e mostrando-se muito ágil também.
O primogênito então foi soprando devagar, a fim de fazer uma enorme bolha. Quanto mais ele soprava, mais ela crescia... E fazia isso controladamente, como se soubesse a quantidade exata de ar por instante que deveria expirar.
O menor estava paralisado, segurando a respiração numa expectativa incrível, eu podia ver seu rostinho apreensivo, torcendo em pensamento para que o irmão conseguisse soprar continuamente, e sem emitir nenhum som que pudesse desconcentra-lo! Estava até com as mãos juntinhas, como se estivesse pedindo “por favor, seja a maior bolha que eu já vi na vida!” Coisa de criança...
Que nada! Eu estava torcendo com meus botões também, ou melhor, com minhas margaridas. Até a brisa parou por um momento! Nós duas assistíamos tensas, aquela cena.
E então... a dona bolha sorriu, com o sorriso de vitória do maior e os olhos de alegria do menor. É que ela estava posicionada na altura dos lábios do que soprava, e um reflexo se fazia presente por causa da translucidez que o sabão causa... E o menor (que é também o mais baixo) estava com os olhinhos assim tão dentro dela, que pareciam fazer parte da mesma! Talvez eu não tenha palavras pra explicar a imagem que vi, mas acreditem, a bolha sorriu! E com ela, eu também.
Não demorou muito e a brisa, que estava cansada de ficar quieta, espatifou a dona bolha sem nem deixar rastros.
E então foi a vez do mais novo fazer uma. Soprava cautelosamente, e bastante concentrado. E o irmão olhava para ele orgulhoso. E eu, de cá, orgulhosa de ambos!
Mas o meu menino foi perdendo o fôlego, e suas bochechas murchando enrubecidas, não sei se de esforço ou se de vergonha, pelo desapontamento nítido no rosto do irmão.
Hoje o dia passou ligeiro, já entardecia e eu sequer havia adiantado o almoço.
Tomei o último gole de café e enquanto marinava a carne, pensava com minhas margaridas... Elas não estavam mais tão sorridentes assim, deviam estar com fome!Dei-me pressa e fiz logo o almoço. Chamei as crianças, e enquanto elas iam lavar as mãos eu corri para o quintal, e as margaridas continuavam menos risonhas, como eu.
Nós fomos lá ver se a brisa tinha se esquecido de alguma bolha alegre pelo chão ou pelo ar... Mas eu olhei em todos os cantos do quintal e não vi nenhuma. Perguntei às azaléias então, e elas responderam – Acaso ainda tens dentes de leite, querida?
Neste sábado de manhã ensolarada, acordei inspirando uma brisa primaveril, que balançava meus cachos despenteados pelo travesseiro.
Neste sábado de manhã ensolarada, aprendi sobre a efemeridade das bolhas de sabão.
***
É sempre um prazer ter convosco, caríssimos leitores =)
Espero que tenham gostado de mais um devaneio literário da
Bailarina Verbal
sábado, 27 de junho de 2009
Yoroshiku onegaishimasu! Pucca desu!
Cá estou eu, a convite de meu caríssimo amigo Marquês de Salles, para agraciá-los com minhas fabulosas -ou não- postagens!
Nesta primeira, em especial, farei uma apresentação mais explícita, afinal de contas é o nosso contato inicial, e é de -no mínimo- bom tom que eu assim o faça. O que não quer dizer que em outras postagens eu não me apresente entrelinhas, muito pelo contrário!
Dito isto, devo deixar claro também que sigo uma linha um tanto diferente daquela que, até então, vocês estão acostumados a encontrar por aqui. Costumo misturar o texto com emoticons e usar, por vezes, variedades da língua mais descompromissadas, além de um toque mais feminino (ou nao) hahaha... mas creio que seja mais fácil perceber isso enquanto lêem ;D [sim eu sei que esse acento caiu T_T]
E quanto à fidelidade ao tema do blog nas minhas vindouras postagens: não sou mestra(nda) em economia, por isso, me caberá uma visão diferente da econômica sobre o comportamento humano, talvez uma visão mais perdulária, hahaha. xD
(se fosse um livro, a gente teria aqui um daqueles simbolos bonitinhos de separação)
Ao se apresentarem, as pessoas costumam dizer seus nomes... Eu raramente o faço, apesar de apreciar muito o meu. O motivo é simples, aquela velha história dos nomes compridos (ou duplos), que trazem consigo uma sonoridade muito forte, o que implica numa interpretação de formalidade ou admoestações, por isso os apelidos.
O meu nome, talvez não venha ao caso agora, basta-lhes saber seu significado: "Pura".
Ora, o significado que um nome carrega por vezes é aleatório, e nada tem a ver com a pessoa que se chama por ele. Não é o meu caso. Aliás, talvez porque meu nome diga muito a meu respeito eu me preserve, preferindo ser chamada por apelidos, ou talvez não.
De qualquer maneira, a significação que está atrelada a ele- e a mim-, se for esmiuçada, pode se transformar em um conhecimento muito proveitoso, não só sobre mim, mas sobre o motivo real de as coisas terem determinado nome. (Sim, eu adoro etimologia, hahaha.)
Já diziam os Los hermanos " Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada".
Mas será que é algo tão aleatório assim? Bem... eu sou daquelas que não acredita que partícula expletiva é desnecessária, porque ainda que sintaticamente não haja função para ela, literariamente existe um papel para ser exercido. Ainda que este seja adornar.
O que quero dizer é que a estética muitas vezes se sobrepõe à funcionalidade, e isso não é necessariamente bom ou ruim. Basta que se saiba diferir os momentos, o necessário e funcional o fútil e supérfulo, e saber equilibrar-se nesta corda, até além disso- saber caminhar na mesma.
Em verdade vos digo até as menores preposições são proposições da vida.
E por isso, proponho -não me definir, porque nao quero nunca que me ponham fim, nem mesmo quando deste mundo eu me for, nunca poderei ser definida- mas caracterizar-me, de maneira singular. Acontece que -agora- não quero que me sejam atribuídos adjetivos, isso seria corriqueiro demais. E por ser Bailarina Verbal, e por tomar a liberdade de brincar com as palavras como se crianças da minha idade fossem, farei isso utilizando maior consistência, termos mais substanciosos. Sim, porque substantivos também podem ser adjetivos, para quem baila na corte de Salles :}
Minha Escrita é Dança,
Meu Lirismo Trombeta
Que no Eco avança
Pralém da Ampulheta.
Minha Alegria é Canto,
E me preenche tanto!
Que A dança e O corpo,
A poesia e O sentimento,
A cítara e O sopro,
A direção e O movimento,
Todos eles, todos eus
Em fantasia se fundem
num só momento meu
E dentro de mim se confundem
neste compartimento: Eu
~~~~*~~~~
Espero ter correspondido às expectativas dos exigentes leitores que são,
e também ter me mostrado digna de dividir este espaço criativo com alguém tão "toptop-ahaza" como o Quês.
Sou grata pela vossa leitura, e ao meu aliado e companheiro Quesinho pelo espaço. ^^
jya mate kondo onegaishimasu!
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Mea culpa
quarta-feira, 27 de maio de 2009
A Escolha do Varão
A teoria em questão que tenciono apresentar-vos desta vez surgiu num dos meus últimos encontros no Primeiro Diretório da Revolução, em nossa estimada Capital da República - que, na presente encarnação, é também a minha cidade natal. Pois bem, enquanto confabulávamos com extrema seriedade em um dos nossos quartéis-generais (cuja fachada calha de ser a de um estabelecimento em que se pratica a venda de bebidas alcoólicas) sobre a Revolução, o assunto foi momentaneamente desviado para as ocultas razões que levam senhores de respeito (e também a ralé) a contratar os serviços de meretrizes. Uma vez que todos os presentes professavam o ofício de economista, ensejou-se na ocasião, portanto, uma boa aplicação do douto método que aprendemos em nosso iluminado curso.
A explicação a que nossas mentes convergiram foi a seguinte: ao homem, ser formado de carne, ossos, sangue e hormônios, a companhia feminina apetece e dela, como no jargão do ramo costuma-se dizer, ele deriva utilidade e prazer. Para obtê-la numa noite, partindo da hipótese que é solteiro, dois são os meios que pode dispor. O primeiro deles é mediante a socialização e a persuasão, cortejando alguma dama com seu nobre espírito e demonstrações de galhardia, até, por fim, convencê-la a partilhar-lhe o leito. Deste método, duas peculiaridades são relevantes à nossa análise. Ao homem aventureiro não se revela antecipadamente o resultado de sua empresa - seu trinfo ou fracasso no fim da noite ele ignora enquanto corteja as damas. Esta incerteza é a peculiaridade primeira. A segunda é que a corte não é apenas incerta, como também custosa. Se não em nada mais, dispende-se tempo no processo de persuasão das senhoritas, mas freqüentemente outros gastos somam-se à lista: de transporte à bebidas, podemos muito bem perder uns bons dobrões de ouro em nossa busca - como bem nos disse Milton Friedman, de graça nada se come. Face a isto, apresenta-se então sua segunda opção: aquele que deseja esquivar-se de todo o rito de encantamento, seja por inépcia social que lhe tolhe as probabilidades de sucesso, seja por mera impaciência, os serviços de uma meretriz contratar pode. Metrópole ou confim, fino bairro ou chinfrim, lugar nenhum carece de moça que por dinheiro se oferece. O tinir de alguns dobrões é toda persuasão que se faz necessária e, se tua algibeira está cheia, risco nenhum de ficar na mão passarás. É desta comparação que pudemos enquadrar o dilema do homem varão dentro do seguinte "framework" (ignoro uma tradução adequada ao termo) microeconômico:
terça-feira, 26 de maio de 2009
Faculdade Mefistófoles de Medicina
Mais uma permiti: - Da Medicina
Duas palavras não quereis dizer-me?
Três anos não são muito, e o campo é vasto.
Quando porém nos guia um bom conselho,
Mais seguros andamos no caminho
(...)
MEFISTÓFOLES [disfarçado de Fausto]: Da Medicina o fundo, sem trabalho
Se pode compreender: - Todo o Universo
Estudais, para ao fim deixar que ande
Como a Deus aprouver. Perdeis o tempo
Em doutos devaneios engolfando-vos,
Ninguém aprende mais do que aprender pode;
Sábio é quem se vale do momento.
Não me par'ceis mal feito, e ousadia
Decerto não vos falta; se em vós mesmo
Tiverdes confiança, os outros homens
Em vós confiarão. Deveis mormente
Saber levar as lindas senhoritas!
Suas queixas sem fim, seus mil achaques
Com um único remédio se curam;
E se sabeis salvar as aparências,
Na mão tendes todas. Honorífico
Título lhes demonstre que ciência
Possuís que a de muitos mais profunda;
Assim, logo ao entrar, venceis obstáculos
Em que outro levara uns poucos de anos;
Aprendei a apalpar-lhes o pulsinho
E com olhar de fogo ide apalpando
A cintura gentil, a ver se acaso
Demasiado aperta o espartilho...
Mefistófoles já ensinava que para brincar de médico, não era preciso estudar Medicina...